À espera dos bárbaros
segunda-feira, novembro 29, 2004
  As santanadas.
Uma dos aspectos que revela, para mim, o político sem fôlego de estadista, mais imediatamente do que tudo o resto, são os gestos que acompanham a sua retórica. Explico-me: depois de cada tirada (oratória, entenda-se) supostamente envenenada, o primeiro-ministro prolonga-a ou conclui-a com um trejeito, uma careta, um olhar fadista que quer dizer coisas como «toma lá que já almoçastes» (assim mesmo, com ésse no fim), «agora assoa-te a este guardanapo», «aguenta-te à bronca!» ou vulgaridades do género. Por vezes, o trejeito clama por um gesto acompanhante, como o de espetar certo dedo («toma!»). Foi assim no (pouco) que observei dos seus discursos no Congresso, foi assim ontem no discurso das incubadoras. E, para mim, isso bastaria.
 
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