O melhor do mundo
como diz o DN
aqui.
Nunca gostei de Mourinho. Passei a gostar ainda menos quando ouvi uma reportagem a propósito de uma «biografia», feita por um jornalista serviçal, em que ele contou -- em discurso directo -- como tinha enganado os fiscais da UEFA. E o jornalista juntava-se-lhe no encómio à esperteza com que tinha levado os outros à certa. Exultavam ambos de alarve contentamento.
Lembrei-me de um texto de Eça sobre a educação, em que este observa, certeiro, como, em Portugal, a mentira é acarinhada nos meninos desde pequenos: vejam lá como ele é tão esperto, tão pequenino e já tão esperto...
Aos meus filhos (sim, sim, posso falar da vida) contrapus a atitude do ciclista Lance Armstrong que ficou para trás para ajudar um colega que caíra.
Depois disso Mourinho continuou a ganhar. Durante o Euro, ouvi-o comentar um dos jogos da selecção portuguesa. Foi talvez o melhor comentário futebolístico que já ouvi na televisão. Depois disso Mourinho continuou a ganhar. Não duvido que hoje possa ser um dos melhores treinadores do mundo, mesmo sabendo quão efémeros e circunstanciais esses títulos podem ser. Também a ele tiro o chapéu que não uso.
Mas continuo a não gostar da criatura.