À espera dos bárbaros
quinta-feira, janeiro 20, 2005
  O país ao almoço, ou o choque eleitoral.
Almocei, como faço ocasionalmente, na Baixa. Restaurantes de hora de almoço onde se juntam empregados da zona, dos bancos, do comércio, das empresas, advogados e médicos com escritório por ali, e muita, muita gente que integra a população flutuante que faz parte da paisagem diária daquela Lisboa. No marulhar das vozes, o ar enche-se de conversas cruzadas. Fala-se, não de política, mas da política. Ouvem-se risos, as cabeças ondulam negativamente, percebem-se os sarcasmos. Percebe-se, na mesa de clientes habituais, que há ali vidas diferentes, diferentes pertenças e, provavelmente, áreas políticas diferentes. Mas estão todos entre o desprezo e a indignação e no (aparente) propósito de ficarem em casa no dia 20 de Fevereiro. Será que esta greve de zelo ao tão apregoado «dever cívico» poderia ter o mérito de provocar um «choque» eleitoral suficientemente grande para mudar alguma coisa? Creio que não. Mas, tendo chegado onde chegámos, não sei se não seria preferível que a resposta fosse afirmativa.
 
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