À espera dos bárbaros
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
  Serve esta nota
para dizer à Inês que é bom saber, pela simples menção, que distingue aquela «pequena solidão», tão necessária, tão indispensável, da grande solidão que é a do isolamento. Essa pequena solidão protege-nos do alvoroço dos outros e do mundo. É um reduto da nossa identidade, e por isso é também um lugar de resistência. E, claro, também é o espaço dos gostos e dos prazeres que são, em primeiro lugar, actos solitários, como a leitura. Por outro lado, o prolongamento excessivo da pequena solidão dá lugar ao sentimento de privação do Outro. Falta o espaço de partilha, de troca, de ver no olhar do Outro o nosso próprio entusiasmo. Ou de nos entusiasmarmos com o entusiasmo do Outro. Faça o seu caminho. No fundo é a isso que se chama crescer. O caminho é incerto, inseguro, irregular. Mas tem de ser feito. Depois..., depois estaremos sempre à espera dos bárbaros. Esta espera é sempre, porém, algo ambígua como verá quando conhecer o poema de Cavafis que está na origem do nome deste blogue.
 
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